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CEA: a anomalia do olho do
collie

Ch Glasgowhills Let it Burn - Cr.
Pr. Sandra Hamilton Copyright©
A
ANOMALIA DO OLHO DO COLLIE (CEA)
Este
problema genético tem sido descrito
desde há muito na raça collie,
apesar de ser extensivo a outras
raças. Desde que foi identificada, a
maioria dos criadores tem feito
esforços em diminuir o problema.
Através de exames clínicos e criação
responsável, tem-se obtido algum
sucesso na diminuição da severidade
do problema. Apesar disso, porém,
não se tem verificado uma diminuição
efectiva do número de collies com
CEA. Vejamos porquê.

Ch Glasgowhills Looking Glass - Cr.
Pr. Sandra Hamilton - Copyright©
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A CEA é uma doença hereditária,
caracterizada pelo desenvolvimento
anormal do olho. Nos casos menos
graves verifica-se um
desenvolvimento deficiente da
coróide (a camada vascular situada
na parte posterior do olho), ou seja
verifica-se uma hipoplasia e
turtuosidade vascular. Em casos mais
graves podem se verificar
hemorragias. Certas zonas podem nem
sequer ter coróide presente e a
esclerótica nua torna-se visível ao
oftalmoscópio. Podem-se observar
colobomas (nos casos mais graves)
que podem ser maiores ou menores e
terem diversas localizações (nervo
óptico ou zonas adjacentes). Os
collies com colobomas podem vir a
sofrer de descolamento da retina, o
que invariavelmente resulta na perda
total da visão. |
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Can Ch
Winsmore Captivation
Pr. Sandra
Hamilton - Copyright©
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Como se trata de um gene recessivo,
consegue-se fixar rapidamente na
população canina. No caso dos
collies, o gene CEA está tão
estabelecido na raça que os
oftalmologistas norte-americanos
concordam em afirmar que o número de
collies afectado ronda os 85% ou
mais, sendo os restantes 15% ou
normais ou portadores. Na Europa o
cenário é muito semelhante o Dr.
Rubin in “Ihnerited Eye Diseases in
Pure Bred Dogs” lista o numero de
collies afectados nos EUA como sendo
90%, no Reino Unido 64%, Alemanha
37%, Holanda 41% e Suiça 31%. |
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Sendo
assim, temos perante nós o cenário
triste do elevado numero de collies
afectados no mundo inteiro, se bem
que a maioria vê bom o suficiente a
ponto de poderem levar uma vida
normal. É um problema que não se
agrava com a idade e não afecta
ambos os olhos da mesma maneira
simétrica, o que permite ao cão
afectado captar imagens de dois
olhos doentes mas visualizar no
cérebro uma imagem combinada perto
do normal. O mesmo não se aplica
quando o cão é portador de colobomas.
Isso piora com a idade especialmente
se o coloboma se situar perto do
nervo óptico. O collie mais cedo ou
mais tarde pode ficar cego.
Ch Glasgowhills Adorably Dora - Cr.
Pr. Sandra Hamilton Copyright©
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Mas o problema persiste. Os
criadores atestam que os collies com
CEA (-/-) conseguem levar uma vida
normal. E como tal continuam a
acasalar collies afectados. (-/-). O
que fazem normalmente é levar os
cachorros ao oftalmologista quando
tem dois meses de idade para os
olhos serem examinados. Os que tem
problemas visíveis são logo
descartados da reprodução e da
venda. Os que são normais são
classificados de “go normal” às 12
semanas. Mas atenção que essa
classificação não significa que tais
cachorros são (+,+) sãos, ou (+/-)
portadores. Essa classificação
apenas indica que o collie pode ver
bem. Nada indica que não está
geneticamente afectado (-/-). É
importante verificar os olhos até as
8 semanas. Após essa idade um
cachorro ligeiramente afectado
poderá ser classificado erroneamente
de “normal” visto que já existe a
possibilidade da pigmentação normal
do olho mascarar entretanto as
lesões, tornando-as impossíveis de
detectar. Para complicar: os
exemplares de cor blue merle são
despigmentados, o que ainda
dificulta mais (será apenas
despigmentação ou… hipoplasia da
coróide?)A maioria dos criadores
leva a ninhada a ser examinada pelo
oftalmologista até as 8 semanas
antes de vender seus cachorros.
Assim sendo porque a doença não se
erradicou?
Can
Ch Glasgowhills Looking Glass - Cr. Pr. Sandra
Hamilton - Copyright©
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Um
collie afectado é (-/-) --o gene é
recessivo, o portador é (+/-) e o
isento é (+/+).
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Glasgowhills
If I had You - Cr. Pr. Sandra
Hamilton - Copyright©
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Pensa-se que existem outros factores
genéticos associados ao gene CEA que
modificam a expressão do gene,
permitindo que ele se exiba com
maior ou menor intensidade.
Visto
que esta doença genética está tão
intrinsecamente ligada a raça collie,
a sua erradicação tem sido demasiado
lenta. Isto porque existem
exemplares fantásticos cuja base
genética não pode ser descartada
para o lixo só porque é CEA afectado
(-/-). Além disso a maioria dos
collies afectados de facto consegue
ter uma vida normal apesar disso.
Porque os collies conseguem
desempenhar correctamente suas
funções uma grande parte dos
criadores não liga demasiado a esta doença
genética e por isso a
doença vai permanecendo nas suas linhas.
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O que
se pode fazer? Actualmente existem
testes de despiste genético de CEA.
O teste foi desenvolvido pelo Baker
Institute for Animal Health,
Universidade de Cornell, EUA,
actualmente patenteado pelo
laboratório OPTIGEN nos EUA. Por
meio de uma análise ao sangue
pode-se determinar o genótipo CEA de
cada collie. A decisão sobre a sua
reprodução cabe ao criador «a
posteriori».
Somente a introdução de um
progenitor CEA isento (+/+) poderá
erradicar uma inteira linha desta
doença, ao mesmo tempo conservando
50% da linha original. Seguindo uma
line-breeding é possível criar cães
saudáveis e dentro da mesma linha.
Uma
criadora Canadiana conseguiu este
feito ao fim de 6 anos de selecção e
testagem constante de todos os
exemplares com que cria. E muitos
deles são campeões de beleza e com
olhos saudáveis. Que outros possam
seguir seu exemplo.
Traduzido pela Dra. Sofia Marques
Original de
Sandra Hamilton
“GLASGOWHILLS COLLIES”
- copyright©
TODOS
OS ROUGH COLLIES REPRESENTADOS NESTE
ARTIGO SÃO DA PROPRIEDADE DA AUTORA
E SÃO TODOS GENETICAMENTE ISENTOS DE
CEA (+/+). Os nossos agradecimentos
a esta preciosa colaboração!
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